terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Depois da curva.


"Ali, logo ali, ali, depois da curva ali..."

[Pouca Vogal] 

Hoje eu decidi arriscar. Sempre achei que procurar ajuda psicológica era balela, coisa de pessoas a toa que iam buscar nas palavras de outros as soluções para seus problemas. Achava que estresse era algo que as pessoas criavam para justificar suas frescuras. Pensava assim até que eu comecei a ver que me irritava até com o canto de um pássaro. Que meu serviço já não me proporcionava mais prazer, que minha monografia não saia e que meus ataques à geladeira, de madrugada, não eram normais. Sim, quebrei barreiras que havia colocado em mim e enfrentei meus medos e preconceitos. Na vida fiz o mesmo, decidi arriscar, fui em frente, sem medo do que iria encontrar. Quando aquela senhora, por volta dos 40, olhou pra mim com olhinhos de velha curiosa ainda me preguntei: "o que estou fazendo aqui"? Mas sabia que aquilo seria bom pra mim, eu precisava arriscar, como eu havia planejado. Meio tímido consegui contar alguns fatos de minha vida que eu só costumo contar quando me perguntam. Poucos perguntam. Sai de lá, cerca de 40 minutos mais tarde, feliz. Não feliz por acreditar que naquela sala há um milagre pra minha vida, mas feliz por ter enfrentado meus medos, feliz por ter dado um passo adiante e aceitar que o próximo passo de meu estresse seria a maldita da "depressão". Não é isso que quero pra minha vida. Volto na quinta para a segunda consulta, mas o que eu vou encontrar? Não sei. A vida é como navegar em um rio, a gente nunca sabe o que vai encontrar depois da curva. Vou arriscar.


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